Sensibilidade sensorial em crianças comTranstorno do Espectro Autista

Quando falamos de sensibilidade sensorial, estamos pensando em alterações em algum dos cinco sentidos: audição, olfato, tato, visão e paladar. Problemas sensoriais são comuns em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Pessoas com autismo podem ter sensibilidade para luzes, sons, odores, sabores e gostos, toque, etc. Muitos autistas experimentam o que chamamos de hipersensibilidade, que significa muita ou alta sensibilidade. Autistas com hipersensibilidade vão sentir incômodos com vários estímulos sensoriais e por isso procuram evitar situações que ativem determinados sistemas sensoriais. É o que ocorre quando eles evitam determinados tipos de alimentos, só consomem alimento com algum tipo de textura, tapam os ouvidos quando ouvem barulhos altos, também ficam incomodados com luzes brilhantes, com alguns cheiros e sabores. Alguns não gostam do toque físico (abraços, por exemplo) e também evitam alguns tipos de roupas.

Em outro grupo, encontramos o que denominamos de hiposensibilidade. Podemos compreender isso como baixa ou pouca sensibilidade. Aqui, ao contrário da hipersensibilidade, a criança precisa se envolver mais com os estímulos sensoriais para poder conseguir captar mais informações sensoriais no ambiente. Por exemplo, crianças que apresentam uma necessidade de estar se movimentando constantemente, outras possuem dificuldades para reconhecer que estão sentindo fome, reconhecer sensação de dores. Podem tocar pessoas ou objetos, fazem barulhos altos, esfregam partes do corpo em algum objeto. Elas fazem isso para estimular seus sentidos.

Caso note que seu filho tenha alguma sensibilidade sensorial, é importante identificar se trata-se de uma hipersensibilidade ou hipossensibilidade, isso ajudará a direcionar melhor as formas de ajuda-lo. Por exemplo, autistas hipersensíveis necessitam de espaços com menos estímulos para não se sentirem sobrecarregados com tanta estimulação sensorial. Alguns ficam tão incomodados com barulho, que podem precisar utilizar tampões/fone de ouvido para reduzir a percepção dos ruídos e barulhos.
Já autistas hipossensíveis, podem necessitar de maior estimulação sensorial, como brincadeiras, praticar alguma atividade esportiva (jogar bola, por exemplo), ouvir música, fazer natação, etc.

 

Wendell Noronha
Neuropsicólogo/Psicoterapeuta
Especialista em Avaliação/Reabilitação Neuropsicológica

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